O Roubo do Presente

O roubo do presente               

No passado dia 20 de Dezembro de 2012, a revista Visão publicou o artigo de opinião, da autoria do filósofo José Gil, intitulado “O roubo do presente” que se transcreve de seguida.
“Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspectivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos o tempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro.
O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu.
O poder destrói o presente individual e colectivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho.
O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stresse, depressões, patologias border-/ine enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores. Em exemplo contrário, com os aumentos de impostos, do desemprego, das falências, a política do Governo rouba o presente de trabalho (e de vida) aos portugueses (sobretudo jovens).
O presente não é uma dimensão abstracta do tempo, mas o que permite a consistência do movimento no fluir da vida. O que permite o encontro e a intensificação das forças vivas do passado e do futuro – para que possam irradiar no presente em múltiplas direcções. Tiraram-nos os meios desse encontro, desapossaram-nos do que torna possível a afirmação da nossa presença no presente do espaço público.
Actualmente, as pessoas escondem-se, exilam-se, desaparecem enquanto seres sociais. O empobrecimento sistemático da sociedade está a produzir uma estranha atomização da população: não é já o «cada um por si», porque nada existe no horizonte do «por si». A sociabilidade esboroa-se aceleradamente, as famílias dispersam-se, fecham-se em si, e para o português o «outro» deixou de povoar os seus sonhos – porque a textura de que são feitos os sonhos está a esfarrapar-se. Não há tempo (real e mental) para o convívio. A solidariedade efectiva não chega para retecer o laço social perdido. O Governo não só está a desmantelar o Estado social, como está a destruir a sociedade civil.
Um fenómeno, propriamente terrível, está a formar-se: enquanto o buraco negro do presente engole vidas e se quebram os laços que nos ligam às coisas e aos seres, estes continuam lá, os prédios, os carros, as instituições, a sociedade. Apenas as correntes de vida que a eles nos uniam se romperam. Não pertenço já a esse mundo que permanece, mas sem uma parte de mim. O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças – em vias de me transformar num ser espectral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si.
Sem presente, os portugueses estão a tornar-se os fantasmas de si mesmos, à procura de reaver a pura vida biológica ameaçada, de que se ausentou toda a dimensão espiritual. É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português. Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria­-nos do nosso poder de acção. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país.”

(sublinhado FQ)

No âmbito do PUA(*), a CML anuncia a instalação de uma biblioteca no palácio da Rua José Dias Coelho

Em resposta à denuncia que o eleito do BE fez na reunião descentralizada da CML, realizada na Junta de Freguesia de Alcântara no passado dia 7 de Novembro, o Vereador Manuel Salgado, anunciou que o palacete que faz esquina entre a Rua José Dias Coelho e a Calçada da Tapada , tem prevista ser aí instalada uma biblioteca, no âmbito do Plano de Urbanização de Alcântara.

Informou ainda que a CML está já a realizar contactos com os proprietários, no sentido deste edifício poder ser adquirido pela CML, para se poder depois proceder às obras necessárias.

Foi com surpresa que recebemos esta notícia, até porque não nos tinha sido possível entender, no dito Plano, esta inclusão, que vemos com agrado, pese embora nos parecer que pela dimensão do edifício, a CML poderia ser mais ambiciosa e avançar com um projecto de criar uma Academia das Artes em Alcântara, onde a biblioteca seria também incluída.
Esta proposta foi apresentada em sede de Orçamento Participativo há 3 anos, e apoiada pelo Bloco em Alcântara, mas não conseguiu obter votos suficientes.

Esta proposta pode, ainda, ser lida e recordada em:
http://academiadasartesdalcantara.blogspot.pt/ e poder-se entender o conceito deste projecto, que é um êxito em vários países da Europa e seria uma mais-valia significativa na nossa freguesia.

Recordamos que com alguma frequência o BE tem denunciado o abandono a que este belo edifício tem estado votado, há mais de 30 anos, tendo-se tornado um foco de incêndio. Esta pressão e denúncia levou a CML, há cerca de 2 anos, a a emparedar os acessos ao interior, pese embora há alguns meses, alguém ter aberto um buraco de acesso ao jardim dessa vivenda, o que motivou novas denúncias, pois teme-se que um incêndio possa facilmente propagar-se aos prédios contíguos.
VAMOS VER QUANTO TEMPO DEMORA A CONCRETIZAR-SE ESTA INTENÇÃO DA CML!

(*)Plano de Urbanização de Alcântara

(in Boletim BE Alcântara)

Propostas de projectos ganhas no Orçamento Participativo da CML (2012/2013)

CML divulgou as propostas mais votadas no Orçamento Participativo

Numa cerimónia realizada nos Paços do Concelho, no passado dia 7 de Novembro, foram apresentados os projectos mais votados nesta 5ª edição do Orçamento Participativo, cuja lista divulgamos, registando que este ano a nossa freguesia de Alcântara não conseguiu ver votada qualquer das 5 propostas que estiveram sujeitas a votação.

Propostas de projectos de valor igual ou inferior a 150.000 €:
– A Casa da Mobilidade da Mouraria;
– Estudo de Ordenamento Viário da Rua de Campolide;
– Parque Infantil da Quinta da Luz;
– Rocódromo Indoor;
– Requalificação Integrada do Largo da Graça e Rua Voz do Operário;
– Parede de Escalada do Vale do Silêncio;
– Lisboa Wifi;
– Monumento a José Afonso;
– Requalificação de Via Pública (Quinta da Luz);
– Passaporte Escolar ;
– Aplicações para Smartphones;
– O Passeio da Amália;
– Campos de Basquetebol de Rua na Frente Ribeirinha.

De valor superior a 150.000€ e até 500.000€:
– Centro de Inovação da Mouraria
– Lisboa Acessível.

Publicado em CML e AML

Nota

       25 DE NOVIEMBRE DÍA  INTERNACIONAL CONTRA LA VIOLENCIA DE GENERO

                                                                                                                                     

El hombre tiene miedo a la pérdida del poder, le asustan las mujeres que saben lo que quieren y están seguras de si mismas. La inteligencia crea, la violencia destruye. ¡Sé inteligente! El mundo es más grande que un puño cerrado. No hagas … tratos con el maltrato, siempre perderás. Hay que dejar a los maltratadores en el desierto del desprecio. Mira por sus ojos y verás su sufrimiento. Aunque no seas culpable de tus problemas, si eres responsable de las soluciones.

Jornal “O Espelho”

Jornal "O Espelho"  Fundado a 24 de Abril de 2012

O ESPELHO é um jornal de papel, de parede, de boca em boca ou de mão em mão, o que for preciso. Aquilo que, em cada momento, garanta o nosso papel e os nossos ofícios. O ESPELHO é uma máquina que mostra aquilo que precisamos de ver.

(in Face Book)

“Eles não aprendem nada”

Não levei com bastonadas, mas ao meu lado, pais com filhos suportaram-nas. Não caí quando corria, em fuga, pelas ruas fora, mas vi quem caísse e fosse agredido violentamente pela polícia.

Sim, minutos antes, também assisti ao arremesso de pedras por parte de manifestantes e repudiei-as, como tantos outros fizeram. E sim, também vi caixotes do lixo incendiados depois pelas ruas.

Não foi a minha primeira vez num contexto daqueles. Sei como é. É como é. A impotência dos manifestantes desemboca em provocação. E do lado da polícia aproveita-se o pretexto para manifestar a força, o poder, indiscriminadamente. Isso não vai mudar nunca. Ambos os lados são o espelho da mesma encenação.

À violência de quem protesta responde o poder com mais violência, numa demonstração de força que serve para se reafirmar. Fomos atacados, dizem, limitámo-nos a responder legitimamente. É a história mais antiga do mundo. O resto são muitas bastonadas.

É uma tentação, a subida de tom dos manifestantes. Só não percebe quem não quer. Como forma de protesto, é discutível a sua eficácia. À violência do poder baseado na força deve responder-se com não-violência vigilante. A história mostra que quando um colectivo supera o medo sem violência, tende a unir-se mais, e a impor a sua vontade. O poder não está nos bastões, nem nas pedras, está na cabeça. Mas isso é a minha cabeça que pensa.

Neste momento de crispação não me parece que existam muitos que pensem da mesma forma. Ontem percebi-o. E hoje compreendi, ao ouvir as reacções, que não se tiraram quaisquer ilações. Ontem custou-me ver amigos com a cara ensanguentada, mas se querem saber o que custa mais é hoje ouvir polícias, sindicatos e políticos repetirem, também eles, as mesmas frases de circunstância, sem nenhuma novidade, nenhuma dedução nova, um enorme vazio, entre a desvalorização a roçar o paternalismo e o repúdio sem nenhum pensamento estruturado por trás. Algo que nos faça pensar, finalmente, para além do folclore habitual.

Será que esta gente não percebe que a próxima vez vai ser pior? E a que virá a seguir a essa, pior será. Porque vai acontecer. É claro que vai acontecer. E das próximas vezes não serão apenas “profissionais do protesto”, como o paternalismo vigente os trata.

Da próxima vez não serão jovens com cartazes de frases “giras”. Da próxima vez não serão “profissionais do protesto”, tratados assim como se fossem a hierarquia da disseminação da violência.

Lamento informar, mas quem pensa assim, está enganado. Não são esses os mais tumultuosos. Os mais violentos, prestes a explodir, são os muitos homens e as mulheres à beira do desespero. Quando essas pessoas pegarem fogo às ruas não o vão fazer com os caixotes do lixo colocados, apesar de tudo, a meio da rua, para as chamas não chegarem aos prédios. Vai tudo a eito. Como faz a polícia.

Alguns deles estavam lá ao lado dos “profissionais do protesto”. Eu vi-os. Não têm a cara tapada, não senhor. São pessoas crispadas, com as veias do pescoço dilatadas de gritar irados, à beira do desespero, gritando como se fosse a primeira vez, e para alguns deles até é capaz de ser verdade. Deixemo-nos de histórias. Os diversos poderes adoram “profissionais do protesto”. Dá-lhes jeito. Mas ontem foi mais do que isso. E da próxima vez será pior.

Da próxima vez, se ninguém tirar ilações, esperemos que não seja tarde de mais.

Vítor Balenciano, 15 de Novembro de 2012

http://www.publico.pt/Sociedade/eles-nao-aprendem-nada-1572610 

Nota

Jardim Avelar Brotero  –  16 horas

“Uma casa criativa”

 Projecto Alcântara/Ajuda – Orçamento Participativo – 2012

Umacasacriativa

A reactivação do blogue dos Calvários de Alcântara coincide com a nossa participação no Orçamento participativo do ano de 2012. A proposta apresentada encara-se na mesma perspectiva dos anos anteriores, e sua relevância vai de par com a situação denunciada no blogue dos prédios abandonados e da multiplicidade das alternativas possíveis quanto ao seu aproveitamento, sendo que gostaríamos de conseguir um espaço, uma casa criativa, para organizar sessões de café-debate, actividades culturais, etc. 

O objectivo não reside apenas na dinamização dos bairros, mas também, sendo um espaço de discussão aberto a todos,  num encontro de ideias, gerações,  origens, culturas, … para dar vida à reflexão, imaginação e tudo o que esta iniciativa permitir frutificar…!

Quando iniciar a votação (ver site da CML) precisamos do teu voto!!

Projecção do documentário “Os Donos de Portugal”, dia 30 de Maio, LX Factory.

Amanhã, dia 30 de Maio, projecção do documentário “Os Donos de Portugal”  na livraria Ler devagar na Lx Factory às 21h. 

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“Donos de Portugal é um documentário sobre 100 anos de poder económico. O filme retrata a proteção do Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de conservação de poder e acumulação de riqueza.
Mello, Champalimaud, Espírito Santo – as grandes famílias cruzam-se pelo casamento e integram-se na finança. Ameaçado pelo fim da ditadura, o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das privatizações e das relações intestinas com o poder político. Novos grupos económicos – Amorim, Sonae, Jerónimo Martins – afirmam-se sobre a mesma base.
Quando a crise desvenda todos os limites do modelo de desenvolvimento económico português, este filme apresenta os protagonistas e as grandes opções que nos trouxeram até aqui” (http://www.rtp.pt/programa/tv/p28826).

Prédios abandonados, serviços precisos!

Em Lisboa, os prédios deixados ao abandono não deixam de enxamear, Alcântara não ficando a parte, como o demonstram as casas que se degradam ao longo dos dias, até chegando a ser as vezes voluntariamente envilecidas…

 Dois exemplos patentes como o ilustram estas fotografias (tiradas do site do Bloco em Alcântara), na rua de Alcântara (prédio abandonado há 9 anos) e na rua dos Lusíadas (38 anos).  

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É vergonhoso deixar casas ficar em ruínas quando, para além de representar um perigo, pessoas dormem na rua, e que poderiam ser nomeadamente aproveitadas em prol dos idosos, das crianças, e da cultura através da criação de espaços que valorizariam e dinamizariam o bairro!

 Parece que todos não apreciam a denúncia desta situação feita através da colocação de faixas, cujo objectivo consiste em dar visibilidade a esta situação, já que, a título de exemplo, o pano que dava cores ao prédio ao lado da Junta de Freguesia foi retirado dois dias após ter sido afixado…

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REGRESSO DOS “CALVÁRIOS”!

Calvário d´Alcântara, blogue independente, aberto a toda a gente que vier por bem, e pelo combate à política económica e financeira de destruição do estado e dos direitos sociais, culturais, humanos e ambientais, está de volta!
Os “calvários” aqui estão, mais, e mais atentos à urgência diária de participar na vida da comunidade.
Intervir, denunciar, esclarecer, reflectir, debater, participar, ocupar, trabalhar, ler, estudar, MUDAR…serão a semântica verbal das nossas actividades.

(in FB)

Queremos mudar o mundo, sim! Junta-te a nós…
“Quem não luta já perdeu!”

Grandes Homens da Luta!!! Parabéns!

Veja aqui a entrevista de Jel à Sic:
http://sic.sapo.pt/online/flash/playerSIC2009.swf?urlvideo=http://videos.sapo.pt/CsBvfzFgzWVr37gTIwdi/mov/1&Link=http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/NoticiasVida/2011/3/homens-da-luta-dao-entrevista-exclusiva-a-sic-no-primeiro-jornal07-03-2011-145519.htm&ztag=/sicembed/info/&hash=85474318-D4A0-4A48-BC3D-F3F2E4CED933&embed=true&autoplay=false

O povo é quem mais ordena…

Saudamos o poder do povo do Egipto!

Sua história continua exemplar.
Caiu a dtadura, a opressão, mas os poderes ocidentais não estão rejubilando!
Não viram o fundamentalismo a brotar, mas sim a sociedade se batendo pela justiça social e humana, e isto  preocupa-os…
Mubarak para Haia!
Sigam os próximos. Inchalah! 

Alcântara – escolas primárias (Jardim Stº Amaro e Raul Lino) a caminho da miseria…

COMUNICADO do Bloco de Esquerda na Assembleia de Freguesia de Alcântara, à população 

SABIA QUE:
* A comida que é servida às crianças no refeitório das escolas tem vindo a reduzir qualidade?
* A limpeza de 22 salas nas duas escolas é feita apenas por uma pessoa contratada pela Junta, mas só com 5 horas de trabalho diário, tornando impossível a limpeza?
* A área das TIC (Tecnologias de informação e comunicação), nas AEC continua sem professores nas duas escolas?
* Os livros de inglês foram entregues apenas no dia 28 de Janeiro?
* Nenhuma das Escolas tem acesso à internet?
* Não foram comprados os materiais solicitados desde o inicio do ano lectivo para as actividades de Música e de Actividades Físicas e Desportivas?
* Os professores das AEC assinaram o contrato em Outubro, mas a cópia do contrato só foi disponibilizada em Janeiro?
* Os monitores dos tempos livres (CAFs) ainda não têm contrato, e por isso os salários serão pagos de forma irregular?
1. Na Escola Raul Lino existem 23 Vidros partidos, que estão por substituir desde Setembro?
1.1. Os 5 lavatórios no WC principal estão sem torneiras e há várias sanitas sem funcionar?
2. Na Escola do jardim do Alto Santo Amaro cada sala tem pelo menos um estore avariado. Também à vários meses?
2.1. Três WC estão fechados e outros dois têm os autoclismos avariados?
22. O telheiro de abrigo das crianças tem muitas telhas partidas por onde a chuva corre?
E PORQUÊ?
Desde o dia 1 de Julho de 2010 que a Junta de Freguesia ficou com as seguintes competências nos dois Jardins-de-infância e Escolas do 1º Ciclo: pequenas reparações, Limpezas e coordenação e gestão das AECs e dos Tempos Livres (CAF) recebendo verbas significativas do Ministério da Educação e da CML para esse efeito;
NO ENTANTO…
* Desde 1 de Setembro que a Junta paga o salário a um coordenador das AEC e das CAF, que não cumpre o seu papel e como tal NÂO coordena estas actividades, sendo o seu tempo usado em outras funções, nomeadamente como assessor da senhora Presidente;
* Grande parte dos profissionais de educação das duas escolas estão descontentes com a forma como a Junta de Freguesia não tem cumprido com as suas responsabilidades
A situação é de tal forma preocupante que já deu lugar a uma reunião entre o Ministério da Educação, a Direcção do Agrupamento e a Junta de Freguesia, onde ficou decidida a realização uma monitorização (fiscalização) às Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs), para já na Escola Raul Lino, nos dias 7 e 8 de Fevereiro.
PODEMOS CONSENTIR ESTA SITUAÇÃO? MANIFESTE A SUA INDIGNAÇÃO À JUNTA DE FREGUESIA, EXIGINDO QUE ESTA CUMPRA AS FUNÇÕES QUE LHE ESTÃO LEGALMENTE ACOMETIDAS E QUE ZELE E ACARINHE OS ESPA-ÇOS ONDE OS FILHOS MAIS NOVOS DA NOSSA FREGUESIA PASSAM A MAIOR PARTE DO DIA.
ALCÂNTARA

Aqui pode viver gente.

Era “enfaixar” toda  Alcântara!!
Colocar uma, bem grande, ao lado da Junta de Freguesia.
E, quiçá, uma outra no Hotel Pestana – pura  homenagem aos desabrigados
de hoje e do futuro – próximo!

Aqui pode viver gente!!

 

 

“Capitão” de Abril

Ao Major Vitor Alves                                                                                                              

 Fiz-me soldado em Abril
Não me conheces, pois não?
As honras que me couberam
Nunca mais envelheceram.
Moram na alma, onde estão.
Gritei vivas.  Bebi lágrimas
Na manhã de cravos mil.
Do cano das espingardas
Colhi flores, madrugadas:
Fiz-me soldado de Abril.
Não matei p’la liberdade.
Outros morreram por mim…
Fiz-me soldado de Abril,
Herói com alma em perfil,
Sem estátua nem jardim.
Fiz-me soldado em Abril
Do ano da pura idade.
E fui praça, soldadinho.
Gritei às armas do sonho
Pela  tua liberdade.
Sou o nome de  amanhã
Que em silêncio perfilado
Traz à história um sentido:
Porque eu, desconhecido,
Sou de Abril o teu soldado.

José Francisco Costa, Director do LusoCentro – Bristol Community College , Professor e Escritor Luso-Americano
(editado noutros blogues)

Pensar Alto

Pensar alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesim
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
enquanto as oleiras das aldeias, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo 

Malangatana Valente Ngwenya  
                                                                                      

As mulheres de Cavaco | Daniel Oliveira | (www.expresso.pt) 27 de Dezembro de 2010

o debate com Defensor Moura, Cavaco Silva louvou as mulheres por cuidarem das crianças e tratarem do orçamento doméstico. Quando Cavaco fala é um País antigo que regressa.

No debate com Defensor Moura – em que o actual presidente, sem estar protegido por discursos escritos, demonstrou até onde pode ir a sua arrogância -, coube a Cavaco Silva o minuto final. Dedicou-o às mulheres, que nesta quadra festiva estão em destaque. Não fosse a virgem Maria modelo para todas as senhoras sérias e a família o centro das suas vidas. 

Ao falar às mulheres, Cavaco fez-lhes um elogio. Pela sua participação cívica na vida da comunidade? Não. Pelo papel crescente que vão tendo nas empresas, na Academia, na cultura, na política? Menos ainda. O elogio foi para as mães, esposas e donas de casa. Por cuidarem das crianças e fazerem milagres com o apertado orçamento familiar.

Quando Cavaco Silva fala o tempo anda para trás. Revela-se o líder paternal, que trata, com a serenidade dos homens ponderados, das coisas do Estado. Vigilante, protege-nos dos excessos. Nunca debate, porque o debate poderia dar a ideia de que ele navega nas águas sujas da polémica democrática. Ele é o consenso. Apesar de tudo o que sabemos, representa a honestidade no seu estado mais virginal. E para ser mais honesto do que ele qualquer um teria de nascer duas vezes e, supõe-se, duas vezes escolher Dias Loureiro como seu principal conselheiro político. A cada acusação responde sem resposta, porque ele está acima da crítica. A crítica a Cavaco é, ela própria, uma afronta à Pátria.

Mas o tempo volta para trás não apenas no olhar que tem de si próprio, mas no olhar que tem do País. Nesse País está, no centro de tudo, a família. E no centro da família está a mulher. Não a mulher que tem uma vida profissional relevante e é uma cidadã activa e empenhada. Mas a esposa e a mãe. É ela – quem mais? – que cuida dos filhos e gere as finanças domésticas.

Cavaco Silva não se engana. Esse país modesto e obediente – onde o chefe de família confia no líder que trata das finanças da Nação e na mulher ponderada que trata das finanças da casa – ainda existe. Ao lado de um outro, feito por uma geração que nasceu numa democracia cosmopolita. Onde os cidadãos têm sentido crítico e as mulheres têm vida fora do lar. Onde os homens também cumprem o seu papel nas coisas comezinhas da educação dos filhos e a gestão da economia doméstica também é obrigação sua. Onde os cidadãos não pocuram homens providenciais que os protejam do Mundo. O problema de Cavaco não é viver divorciado do País real. É haver uma parte desse país que lhe escapa.

Cavaco Silva recorda o que fomos: provincianos, medrosos, conservadores, ordeiros. E nós, como todos os povos, carregamos no que somos um pouco do nosso passado. O cavaquismo representa um Portugal que demora a dar-se por vencido. É o último estertor do nosso atraso. E o seu último minuto teve aquele cheiro insuportável a nefetalina. Aos mais velhos, que o reconhecem, dá segurança. Aos mais novos, a quem diz tão pouco, parece tão inofensivo como um avô vindo de outro tempo.

Há quem ache que Cavaco não é de direita. Engana-se. Cavaco é a única direita que realmente existe em Portugal: conservadora, tacanha, provinciana, caridosa e estatista. A outra, liberal, cosmopolita e tão pouco latina, se não se adaptar terá de esperar muito tempo pela sua vez. Passos Coelho, que representa tudo o que Cavaco despreza, irá descobri-lo muito mais cedo do que julga.

Cavaco, porque nos continuas a enganar?


Para esclarecer as dúvidas e os mal-entendidos….

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE JORGE CASTRO HENRIQUES NO MERCADO DE ALCÂNTARA

1300 Lx resulta das deambulações fotográficas de um funcionário dos Correios durante o último Verão. Todos os dias saía do emprego de máquina na mão a vaguear pelas ruas, travessas, calçadas e pátios da Ajuda e de Alcântara ou, como ele diria, do código postal 1300. Fotografa espaços, pessoas e promenores que combina e recombina como as contas de umcaleidoscópio.

O Calvário d’Alcântara deseja um bom ano 2011 a todos!

Foto utilizada de Trilhar Lisboa

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)

                                           (Foto FQ)  

Ateliers na Junta de Freguesia de S. José – INICIATIVA A SEGUIR!

É de louvar este género de iniciativas.
Aqui está um bom exemplo, de iniciativa e cidadania, que a Junta de Freguesia de Alcântara deveria seguir… e praticar também!

http://www.tvi.iol.pt/mediacenter.html?mul_id=13349728&load=1&pos=0

Grande reportagem! Os meus sinceros parabéns ao Colectivo Estranho assim como a todos os outros ateliers e especialmente à JF de S. José.

PS: Atenção, infelizmente há um anúncio da Seat antes da reportagem.

Assembleia de Freguesia Extraordinária – 25.11.2010

A Assembleia de Freguesia de Alcântara vai reunir-se em Sessão Extraordinária, hoje, dia 25 de Novembro, quinta-feira, pelas 21h30, na sede da Junta na Rua dos Lusíadas nº13.

Todos os cidadão podem e devem participar e a ordem de trabalhos é a seguinte:

1 -Proposta Nº 113/2010 – Delegação de competências da Câmara Municipal de Lisboa para a Junta de Freguesia;
2 – Proposta Nº 116/2010 – Delegação de competencias da Câmara Municipal de Lisboa para a Junta de Freguesia de Alcântara – Protocolo Componente de Apoio à Familia;
3- Proposta Nº 117/2010 – Contrato Programa – Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo do Ensino Básico;
4- Proposta Nº 118/2010 – 2ª revisão Orçamental 2010

PARTICIPA!

A coisa pública está muito reles – viva uma nova res pública!

 Ainda imbuída de algum espírito republicano – mas não se pense outra coisa, que não aquela espírito, entidade cativa no limbo vigilante da história, partilhando com outras almas fustigadas pelos governos dos homens que povoaram e se disseminaram neste solo pátrio, na usurpação constante dos viventes mais desprotegidos da boa ventura – ainda com a emoção distante de pertencer a esta res publica atordoada e a estiolar de desalento; prostrada pela incapacidade de pegar em “armas” contra esse inimigo que cada dia arremessa obuses cada vez mais mortais contra a vida da maioria de nós, gente despossuída de uma resistência que não aprendeu ao longo da história…
E numa espécie de redenção pessoal, daqui acometo com as palavras de um homem, que a seu tempo, ajudou seu povo a resistir.
Saúdo o revirar da República!

Naguib, pintor moçambicano (mural em Maputo)